quinta-feira, janeiro 28, 2010

sexta-feira, junho 29, 2007

Concurso de logotipos

Denise e eu participamos de um concurso para criar um logotipo para o podcast Harry Potter Prognostications e... ganhamos! O anúncio oficial da vitória pode ser ouvido no tocador abaixo ou baixado como arquivo mp3. Greg e Penny, muito obrigado!


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quinta-feira, janeiro 25, 2007

Observações sobre o trânsito

É intrigante como há tão poucas batidas de carro no trânsito da cidade, ou pelo menos assim me parece. Cada pessoa controla apenas um veículo, e os meios de comunicação entre os veículos às vezes são insuficientes para expressar os planos de um motorista. Tanta gente dirigindo dá a impressão de que trata-se de uma tarefa fácil. Não é.

Existem várias situações em que as coisas poderiam sair errado. Felizmente a natureza probabilística dos eventos faz com que, na média, o trânsito siga seu fluxo. Em toda a sua vida, um motorista médio toma sustos e vivencia situações de quase-batida, mas nunca bate o carro. Há os motoristas ruins. Estes só não batem porque os veículos atrás prestam mais atenção nele e os da frente continuam sua trajetória previsível. Quando isso não acontece, eles podem contar com os freios do carro, que em geral são muito bons. Há também os motoristas experientes, que mudam de faixa quando querem e controlam o movimento dos carros ao seu redor. Não sei qual é o perfil do motorista que provoca batidas, mas me causa espanto que essa diversidade de motoristas funcione tão bem. Meu melhor palpite é que, para cada motorista imprudente, há vários que o compensam e evitam o acidente.

Uma coisa que eu acho bastante interessante no trânsito é a sinalização. O trânsito está cheio de situações que exigem decisões de cada motorista, e às vezes a melhor maneira de chegar a um consenso é pela imposição. Serve pra evitar situações potencialmente perigosas. Os semáforos têm utilidade óbvia, mas também as faixas pintadas no asfalto são muito importantes. Quando elas não estão lá, os carros precisam andar mais lentamente para negociarem o espaço.

E como eu acho interessante a sinalização! Os responsáveis por ela têm uma grande responsabilidade, pois afetam diretamente a vida de muita gente. Ao mesmo tempo, um pequeno ajuste nas durações de um semáforo pode ser a diferença entre o engarrafamento e um fluxo normal nos horários de pico. Como será a tarefa de planejar as vias e a sinalização? Será que os responsáveis por isso são pessoas inteligentes com programas de computador que utilizam modelos de simulação avançados e podem determinar com boa chance de acerto o impacto de uma mudança na sinalização? Ou trabalham de forma experimental, na tentativa e erro, tendo como laboratório a cidade?

O que estudam as pessoas que planejam o tráfego? As questões de trânsito me lembram muito sistemas distribuídos, estatística, sistemas multi-agentes, protocolos de comunicação e até a teoria do caos. Acabei de fazer uma busca na internet e vi que há uma disciplina Engenharia de Tráfego do curso de Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UnB. A página da disciplina conta com como apostilas sobre Teoria do Fluxo de Tráfego e Análise de Capacidade de Intersecções em Nível. Muito interessante.

Aqui em Salvador há um lugar no bairro do Rio Vermelho em que a pista começa com 3 faixas, depois vai pra 2 faixas e finalmente 1 faixa em menos de 200 metros segundo minha estimativa. O que acontece na prática é que, em um primeiro momento, os carros das duas faixas mais à esquerda se juntam na faixa da esquerda e então usa-se a regra do zíper (mais sobre isso depois) para compactar tudo em uma faixa. Fico pensando se não seria melhor ter uma só faixa o tempo todo (claro, há que se considerar os pontos deônibus, minha idéia é só um esboço).

Uma decisão polêmica aqui em Salvador foi a criação das faixas exclusivas para ônibus. A idéia é que os outros veículos não podem permanecer muito tempo nessas faixas, sob pena de multa. Uma das primeiras reações que eu ouvi foi: "isso é jogo político para prejudicar o trânsito da cidade e justificar novas verbas, que, em último caso, serão usadas pela corrupção". Em um primeiro momento eu apenas fiquei curioso, sem entender o porquê dessa faixa que, a meu ver, não fazia muita diferença -- melhora um pouquinho para osônibus e piora um pouquinho para os outros veículos. Até o dia em que, dentro de um carro e preso em um engarrafamento, vi um ônibus trafegar livremente em sua faixa exclusiva. Então essa é minha explicação: a faixa serve para os passageiros de ônibus chegarem mais rapidamente em casa na volta do trabalho. Louvável, na minha opinião.

Uma alteração um pouco mais antiga foi a troca de diversos semáforos por rótulas em cruzamentos perto de onde moro. Como em toda mudança polêmica e criticada, há uma explicação popular: "a prefeitura quer economizar em manutenção semafórica". Eu gostei logo de cara. Antes, mal saía da garagem e me deparava com um sinal vermelho, enquanto na rua transversal havia pouco movimento. O sinal vermelho demorava, pois a minha rua não é a principal. Agora, consigo entrar na rua transversal rapidamente em 80% dos casos e espero um tempo aceitável nos outros 20%. Há um horário bem específico em que a rua fica congestionada, mas eu raramente saio nesse horário.

Minha primeira impressão quando trocaram os semáforos por uma rótula foi: "que ousado e inovador! Aposto que funciona!". De fato, depois li em uma revista que remover sinalização é algo que está sendo feito em outras cidades de fora do Brasil, com resultados positivos. Adoro soluções contrassensuais. Uma vantagem extra da remoção de semáforos é evitar mendigagem e assaltos.

Dentro do universo de situações do trânsito que exigem a decisão e coordenação das atitudes dos veículos, há aquelas sobre as quais nada dizem as regras de trânsito ou a sinalização na rua. Para estas a decisão cabe apenas aos motoristas. Obviamente, não se pode saber o que se passa na cabeça de cada outro motorista, mas pode-se dizer que certos princípios e regras implícitas regem a movimentação dos veículos.

De acordo com minha observação, o que rege a movimento dos carros e é base de todas as regras implícitas é o princípio do menor tempo: "Dentre todas asmaneiras de se mover de um ponto a outro com o carro, é preferida aquela que resulta no menor tempo". Aqui consideramos dois pontos relativamente próximos, de modo a ignorar questões sobre o caminho usado para sair de um ponto e chegar a outro. Esse princípio explica, por exemplo, o fato de os motoristas acelerarem pra passar no semáforo prestes a fechar. A justificativa é que o trânsito é, para a maioria das pessoas, um meio de chegar a algum lugar, e não um fim em si. Há, claro, um outro princípio óbvio, que é o de evitar acidentes.

A partir dos princípios é possível derivar algumas regras. A primeira é a regra do zíper, que se aplica no caso de uma pista com duas faixas. Quando uma das faixas some, os carros que estavam na faixa desaparecida precisam se deslocar para a faixa que restou. A regra do zíper diz que, nessa transição, passam alternadamente carros de uma faixa e de outra. O motorista da faixa que se mantém pensa: "já deixei passar um, agora é minha vez".

Outra regra é a inércia, como na primeira lei de Newton. Quando dois carros disputam um espaço -- em um cruzamento, por exemplo --, ganha aquele que estiver com a maior velocidade. Isso, é claro, no caso de a diferença de velocidade ser grande, ou quando um dos carros está quase parado. Essa regra tem prioridade até sobre as regras de preferência do código de trânsito -- das quais ninguém se lembra direito.

O instinto de evitar acidentes faz com que os motoristas evitem participar de sanduíches, situações em que ele fica entre dois carros, lateralmente, especialmente em curvas. Para evitar essa situação costuma ser suficiente acelerar ou frear um pouco.

Muito interessante ainda é o que acontece em cruzamentos sem semáforos em vias de baixa velocidade. O motorista deve aproximar-se lentamente do cruzamento e, se estiver livre, passar. Eventualmente haverá um carro disputando o cruzamento na outra via. A regra da inércia pode ser suficiente em muitos casos para determinar a precedência dos carros, mas às vezes os dois carros param e temos umimpasse . Nesse caso é comum um dos motoristas fazer gestos indicando que deixará o outro passar. Mas pode acontecer de os dois o fazerem, ou nenhum. Nesse caso uma solução interessante, que é usada na prática, é que cada motorista espera um tempo aleatório antes de tentar de novo, acelerando. Então a diferença de velocidade pode se tornar suficiente para aplicar a regra da inércia. Caso contrário, volta-se ao ponto de partida. Esse protocolo de comunicação entre os motoristas é de fato bastante parecido com diversos protocolos de rede, como o CSMA/CD, exceto pela parte dos gestos.

Antes de tirar minha carteira, li em algum manual de direção defensiva na internet que, quando nos vemos diante de situações no trânsito, é melhor tomar prontamente qualquer decisão do que ficar na dúvida e acabar tendo que tomar a única atitude que sobrar, por vezes perigosa. O sinal ficou amarelo? Acelere para passar ou freie logo, não importa, mas faça logo. Se ficar na dúvida, o motorista pode acabar passando no vermelho ou então provocar uma batida no fundo do carro.

Já ouvi reclamações do tipo: "basta eu ligar a seta que o carro da outra faixa acelera pra não me deixar passar". Solução: mudar de faixa sem sinalizar? Não! Quando um motorista sinaliza que vai mudar de faixa, o carro da outra faixa tem o poder de decidir se o motorista vai ou não mudar de faixa. E, nesse caso como no caso do semáforo, ele pode acelerar ou não. Essa decisão é muitas vezes apoiada na regra da inércia.

Existe comunicação além da sinalização explícita. A velocidade e a aceleração dos carros são exemplos, como visto na regra da inércia. Outro exemplo é o deslocamento lateral. Alguns motoristas simplesmente não sinalizam a intenção de mudar de faixa, mas os outros motoristas podem perceber suas intenções apenas observando o movimento do carro. O carro se desloca um pouco para o lado, chegando ao limite de sua faixa, talvez sem o próprio motorista perceber.

Isso resume a minha visão sobre o trânsito, um verdadeiro laboratório de psicologia e comunicação. As pessoas precisam tomar decisões o tempo todo, e por isso o comportamento delas é explícito. Como você encara situações de risco? O que faz quando é prejudicado? Xinga, confronta? Em situações envolvendo um outro motorista, suas decisões são influenciadas por percepções subjetivas sobre o comportamento dele? Você tenta fazer justiça com as próprias mãos no trânsito, criando situações de risco? Suas decisões são influenciadas pela marca do carro do outro motorista? Em situações do tipo permitir/avançar, qual predomina? Qual é sua relação com os pedestres? São muitas questões, dariam outro texto. E a comunicação no trânsito é interessantíssima. Predominantemente comunicação não-verbal. O mais espetacular é que funciona. E com poucas batidas.

domingo, dezembro 03, 2006

Palavra do dia: captcha
http://googleblog.blogspot.com/2006/11/audio-captchas-when-visual-images-are.html

Nunca poderia imaginar que aquilo tinha nome...

terça-feira, novembro 21, 2006

Palavras cantadas
Eu não presto atenção nas letras das músicas. Muitas vezes vejo as pessoas cantando músicas decoradas, às vezes em outra língua, mas isso simplesmente não funciona comigo. Quando gosto muito de uma música, ouço várias vezes, presto atenção nos arranjos, mas não na letra. Com isso acho que tenho uma visão de mundo completamente diferente.

Um exemplo é Bob Marley. Ele é tido como um monstro sagrado do reggae no mundo todo, mas ainda tento entender por quê. Já escutei umas quinze ou vinte músicas dele, umas duas escutáveis, mas nada que me tenha despertado grande admiração. Um dia pensei: será que gostam das músicas dele por causa da letra? Faria sentido, pois nesse caso as pessoas vêem em suas músicas qualidades que eu jamais poderia ver, por minha falta de atenção. Daí me passou pela cabeça que muita gente no Brasil não deve entender o que as músicas falam, pois são em inglês, e então voltei ao ponto de partida.

E em geral, quando elogiam uma música, nunca sei se é pela letra ou pelo resto. É um universo paralelo que passa diante dos meus olhos. É uma pena. Sinto que, desta forma, vivo pela metade. Fico até triste quando constato que, numa playlist de 25 músicas boas, coloco 5 instrumentais facilmente.

Se me foram privadas as letras, me foi revelado um mundo harmonias, timbres e ritmos, e em menor escala de melodias. A mensagem do cantor não chega a mim, mas ouço com interesse as histórias contadas por cada instrumentista. Há sempre clichês -- que eu adoro -- e há também as variações que lembram que existem pessoas expressando suas idéias.

Essa não deixa de ser uma das maneiras mais anti-sociais de se ouvir música. Não posso chegar pra outra pessoa e dizer: achei genial aquele bumbo no contratempo, e você? Ou ainda cantarolar a harmonia do refrão. Meu consolo é que, nas músicas de Los Hermanos, é comum as pessoas cantarem os arranjos de metais, parte indissociável das músicas.

Isso é irônico. Acho tão interessantes as palavras, e tão fascinante a comunicação de um modo geral. É patético quando tento entender o que diz uma música estrangeira, e aí me dou conta que acabarei no máximo com uma seqüência de idéias desconexas, como aconteceria em português.

Mas minha cegueira não é total. Às vezes acho versos bonitos pelo seu som, e tenho mais facilidade pra ouvir e gostar de palavras simbólicas como céu e mar. A existência de antíteses e coloquialismos também chamam a minha atenção para a beleza da letra. De qualquer jeito, as palavras são meras coadjuvantes, com o papel de amplificar aquelas coisas que a música por si só quer dizer.

quinta-feira, abril 20, 2006

A língua falada

É interessante observar as diferenças entre as diversas línguas faladas ao redor do mundo. E um aspecto das línguas, a fonética, já é suficiente para provocar reflexões. Em geral, quando as pessoas ouvem e tentam entender os sons de uma língua estrangeira, é natural que elas procurem entendê-los em função dos sons da própria língua materna.

Hoje visitei, pela terceira ou quarta vez, um site que se propõe a mostrar a diferença entre sons vocálicos semelhantes na língua inglesa, como ocorre nas palavras ship e sheep. Primeiro alguns exemplos interativos mostram palavras com o primeiro som, depois palavras com o outro som. Depois disso há exercícios, inclusive um em que se pede que descubra qual palavra foi pronunciada (ship ou sheep? chip ou cheap? lip ou leap?).

Até consigo acertar os exercícios, mas não consigo me desvencilhar da maneira monolíngüe de pensar. Às vezes acho que o i de ship não passa de um ê disfarçado de i, e a pronúncia fica chêp. Outras horas vejo que não se trata exatamente de um ê, talvez seja um intermediário entre ê e i. E aí fica complicado conceber o som. Talvez seja mais como chp, com o i pouco pronunciado. No fundo sei que esse nível de detalhe não é tão importante. Afinal o fonema é apenas um objeto teórico; na prática diversos alófonos são usados no cotidiano.

Assim como há palavras que, estranhamente, possuem pronúncia diferente, há aquelas, chamadas de homófonas, que são pronunciadas da mesma forma (por mais absurdo que pareça à primeira vista). Sempre busquei uma maneira de diferenciar write e right, porque em alguns momentos queria dizer uma ou outra palavra, sem que o contexto ajudasse a diferenciar. Descobri que são homófonos, apesar das grafias bastante distintas. Uma lista de homófonos apresenta casos ainda mais absurdos, como muscle e mussel; pair, pare e pear; guessed e guest; buy, by e bye; to, too e two. Também já me impressionei que island se pronuncie como áiland (sem o som de s). Bom, não é novidade para ninguém que o mapeamento entre escrita e pronúnica do inglês é um pouco imprevisível (veja Hou tu pranownse Inglish).

É interessante observar a situação inversa: quais as dificuldades que as pessoas enfrentam ao estudar português como língua estrangeira? Entrei por engano em um site sobre o português, que afirma que "There is a subtle difference between the pronunciation of open and closed vowels", no entanto "their difference is not so great that it would cause confusion when spoken". Ele se refere a diferenças entre ó e ô, é e ê. Concordo que trocar um pelo outro não causa problemas de entendimento. O mais curioso é que a mim, brasileiro nativo, essa diferença parece bastante clara. Como as pessoas são diferentes!...

Já falei sobre a língua inglesa e vogais, então agora falarei sobre italiano e consoantes. O italiano, como língua românica, tem grandes semelhanças com o português; algumas fontes chegam a afirmar que as duas línguas são mutuamente inteligíveis. O italiano apresenta uma relação bastante previsível entre pronúncia e grafia das palavras. Os fonemas são de fácil assimilação por lusófonos. Ainda assim, tive oportunidade de escutar um italiano falando português, e reparei uma peculiaridade na pronúncia do t seguido de i. Havia um quê de ch na pronúncia, como se falasse tchi. Me passou pela cabeça se ele não estaria pensando na sílaba ci do italiano.

Esse desvio na pronúncia ainda representa o mesmo fonema. Essa diferença entre ti e tchi não faz parte da língua (eu acho), e pode ser entendida como sotaque. Os cariocas tendem a falar mais como tchi. Mas não deixa de ser interessante observar na prática como a língua materna interfere na expressão de uma língua estrangeira.

quarta-feira, abril 19, 2006

Atividade atípica

No final do ano passado, durante o período em que ganhei bolsa para trabalhar na Rede Acadêmica de Computação, desenvolvi um programa de computador que cria listas de discussão para todas as disciplinas do curso, cadastrando alunos e professores como membros. Isso representa uma diminuição da burocracia necessária para promover a livre comunicação entre alunos e professores das disciplinas. E trata-se de uma idéia em que acredito.

Infelizmente criei grandes expectativas quanto às possibilidades dessa nova facilidade. A realidade, é claro, é que as listas foram criadas mas ninguém usa. A promoção de discussão sobre uma área de conhecimento, a ajuda mútua, tudo não passa de uma noção idealizada. Minhas expectativas partiram da suposição -- talvez falsa -- de que as pessoas estão interessadas em compartilhar idéias e dúvidas sobre o conteúdo das disciplinas, e não somente preocupadas com o mecanismo de avaliação. É ilusão achar que suas verdades são as verdades das outras pessoas.

Em algumas ocasiões a tecnologia acaba se desenvolvendo em um ritmo que não é acompanhado por transformações sociais, culturais, comportamentais. As mudanças no meio demoram para ser assimiladas pelas pessoas. Por que então eu não inauguro discussões nas disciplinas das quais sou aluno? Se a livre discussão é meu objetivo, eu devo lutar por ela, e não esperar que os outros lutem pelos meus ideiais. Nesse caso a falha é minha. Temo que meu ânimo inicial seja transformado em decepção se eu perceber que as outras pessoas não estão interessadas nas mesmas questões que eu. Também não quero me destacar, e com isso magoar pessoas. Nesse caso a tecnologia liberta, a sociedade e a mente aprisionam.

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Hoje um aluno mandou para a lista de discussão o material didático fornecido pelo professor. Mas a mensagem não chegou a ninguém. Então passaram uma papel para que os alunos escrevessem seus endereços de e-mail, para que pudessem receber o material. Ou seja, foi criada toda uma estrutura para compartilhar informações e arquivos entre os alunos, mas no final recorreram ao papel e à caneta. Fiquei um pouco triste com isso.

Enviei um e-mail para a lista de discussão informando o que ocorreu e deixei escapar que, na minha opinião, o problema estava na 8ª camada. E finalizei a mensagem com um pedido: "Me avisem se receberem [esta mensagem]". A minha intenção foi informar que eu esperava uma resposta, e eu esperava que as pessoas me dissessem, pessoalmente, que receberam a mensagem. Ao não deixar claro que esperava uma resposta pessoal, dei margem a que as pessoas me informassem através da própria lista de discussão. E isso me soa um pouco irônico, porque é uma forma de incentivar que as pessoas escrevam mensagens para a lista. De fato, seriam mensagens sobre uma mensagem, e isso só serve para encher inutilmente a caixa de e-mail e ocupar o tempo das pessoas que lerão as mensagens.

O interessante é que 4 pessoas responderam ao meu pedido no mesmo dia, e fiquei feliz com isso, porque contraria até certo ponto minhas idéias pessimistas. Mas resta a dúvida: se fosse algo relacionado ao assunto da disciplina, a atividade seria a mesma? Só tentando...